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Falas de Coragem: Clarissa Madalozzo e a escrita que salva

Atualizado: 22 de fev. de 2022

Série de entrevistas com os autores e autoras da Coragem contando sobre seus livros, referências e processos de escrita



Poderíamos chamar Clarissa Madalozzo:


A Recortadora de Cenas.


Nos pequenos contos que constroem, juntos, “Balbúrdia”, a autora nos presenteia com histórias que podem ser descritas dessa forma – recortes de vida. Cenas pinçadas de uma narrativa maior que poderíamos imaginar se fosse necessário. Não é. Os pedaços de existências que Clarissa nos oferece com sua escrita certeira são o suficiente.


Ritmo ágil, mas que presta atenção a detalhes inesperados. Ironia, mas sem perder a sensibilidade e o cuidado com sentimentos que pulsam no cotidiano. Assim são as histórias de “Balbúrdia”.


Clarissa escreve e deixa aquela dúvida boa de sentir: será que aconteceu? É real ou é ficção?


Tantas vezes a realidade pode ser mais fantasiosa que a ficção – e, nos tempos que vivemos, de maneira cada vez mais trágica. Melhor mesmo é se deixar levar pelas palavras. Sem perder a consciência, mas sabendo que, como a autora comenta na entrevista: a realidade aqui é outra.




1. O que as pessoas encontram em Balbúrdia?

Situações cotidianas com tom de acidez, momentos, histórias, segredos e desejos.

Uma mistura de ideias e símbolos na escrita. Liberdade para o leitor interpretar do seu modo.


2. Quais foram as leituras e referências presentes enquanto tu escrevia o livro?

Tenho muito em mim o livro do Morro Uivantes, por se tratar da passionalidade e relações intensas. Gosto de falar de pessoas e situações adversas e criar momentos que me atravessam. Por exemplo, se vejo um homem comendo pipoca, logo crio uma nova história e questiono pra mim mesma quem é ele, de onde veio, o que fez antes de estar comendo pipoca e onde isso vai dar. Tudo é tão fluído e natural. Quando percebi já tenho uma nova história.


3. O que a escrita representa na tua vida?

A escrita me salva dos meus demônios, da minha ansiedade. É uma relação de respeito mútuo. Escrevo o que sinto e quando sinto, nada é forçado, apesar de algumas vezes termos crises, andamos de mãos dadas. Às vezes me sinto cheia de vida e coloco no papel todos esses devaneios. Todos os personagens que crio têm uma certa existência.


4. Muitos dos teus contos são como recortes – um pedacinho pinçado de uma história. Qual o teu modo de pensar sobre essa questão? A literatura, de certa forma, pode ser um recorte da existência?

Com certeza sim. Ficção ou não, alguém já passou por alguma situação cotidiana da qual a leitura é existência nata da realidade criada por nós.


5. A tua escrita é rápida, ágil, muitas vezes até com uma certa musicalidade. Como tu vê as relações entre literatura e oralidade?

Elas caminham juntas. A literatura me linka numa outra realidade. É como se eu estivesse dentro de um bloco de ideias escrevendo sem parar. A agilidade dos contos traz uma leitura agradável e sem continuidade, o que torna a leitura mais fluída e sem compromisso.



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