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Medidas da existência da mulher latina americana

Asilú Maceiro (Uruguai,1929-2006)


Luisa Sonia Maceiro Pérez, natural do Uruguai, Montevidéu, nasceu em 24 de setembro de 1929. Foi enfermeira, e seu pensamento e atuação estavam organizados ao que chamamos de anarco-sindicalismo. Como atuante do campo da saúde participou dessas atribuições como maneira de viver. Assim, acabou participando da Unión de Trabajadores del Hospital de Clínicas. Asilú Maceiro atuou na Federación Anarquista Uruguaya (FAU). Também acabou orientando o Partido de la Victoria del Pueblo (PVP).


Sua vida passou pelas lutas armadas da época, sendo uma mulher que lutou pelas mulheres e contra a exploração do trabalho, em suas vastas dimensões. Essas condições históricas levaram Asilú Maceiro a contribuir para defender os perseguidos das ditaduras que eclodiram na América Latina. Sua história pode ser contada como um romance, em que a literatura encontra a história. Em que o fato é literato porque é histórico e a fantasia é um conto de libertação concreta, da vida castigada por ser politizada. Durante a ditadura uruguaia, foi exilada na Argentina, com sua compatriota Sara Méndes, e ambas foram levadas para centros de detenções, em Buenos Aires.


Asilú Maceiro viveu uma vida em torno da clandestinidade, sendo condenada a sobreviver dentro dessas leis impostas pelas ditaduras da América Latina. Seria nesse sentido que o colonialismo é uma faceta atemporal, na qual a vida das mulheres acaba sendo a manifestação de uma cadeia aberta, nos fornecendo campos de concentração abertos. Essa anarco-sindicalista é uma sobrevivente dessas imposições.


Nos anos 1970, a Operação Condor juntou os governos argentino, brasileiro, chileno, uruguaio e estadunidense, dentre outros, em uma conexão repressiva das ditaduras de segurança nacional do Cone Sul. Essas forças eram vistas como um só nome para Asilú Maceiro – O Estado se manifesta quando operacionalizamos o direito comparado em sua medida de corpo social pontuado, característica que acaba atravessando as fronteiras em nome do monopólio da violência. Os carrascos têm uma orientação masculinizada, sendo um operante conceitual de descrição que atua na vida que denuncia as torturas.


“Ninguém deverá estar sujeito a tortura ou a tratamento punitivo cruel, desumano ou degradante”. O Artigo 7 da Convenção Internacional de Direitos Civis e Políticos, aprovada em 1966 pela Assembleia Geral da ONU, busca orientar esses direitos. Mas essas questões partem de uma manobra judicial. Em seu ato democrático, a jurisprudência está tanto a nosso favor como contra nós. Muitas torturas se fizeram em nome da democracia.


Asilú Maceiro acabou sendo detida, vivendo como desaparecida por meses. Quando foi a júri foi condenada por 5 anos. Com o passar dos tempos acabou vivendo uma vida reclusa, reconstituída pela perseguição, mas voltou em atividade na construção da Frente Ampla, acabou falecendo em 6 de janeiro de 2006. Temos uma vida de luta – não em forma de resistência somente, mas de atividade que se apresenta para mostrar medidas da existência da mulher latino-americana.


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