“Como é ser uma das poucas mulheres que toca nos festivais nativistas?” Fizeram-me essa pergunta diversas vezes na beira do palco, logo depois de tocar, vinda dos profissionais que cobriam para a rádio ou TV os muitos festivais nos quais me apresentei, num período em que atuei assiduamente no cenário musical nativista. Com o passar dos anos, comecei a pensar sobre as questões de gênero e a problematizar como se dava minha atuação nesse universo. O tema me levou a querer entender como a figura da prenda foi construída culturalmente, a partir do estranhamento do estereótipo vigente da “mulher gaúcha” como um ideal.
Clarissa Ferreira
Gauchismo Líquido, traz reflexões sobre a cultura do Rio Grande do Sul, pensando sobre suas construções identitárias e representações na música e na literatura. "Líquido" vem do sociólogo Bauman, quando se refere à contemporaneidade, onde nada é feito para durar, para ser “sólido”, contrariando entendimentos estanques sobre tradição. O conhecimento das mulheres, a representatividade de negros e indígenas na cultura regional, a indústria cultural e a relação cosmológica com a pampa são alguns temas presentes. Gauchismo Líquido é idealizado pela musicista e etnomusicóloga Clarissa Ferreira.
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