Considerando a “história” das pretas e dos pretos, na busca de construir uma “história” que rompa com a expectativa do que é uma escrita e um livro de história, temos aqui uma ontologia negra, biográfica e ancestral. Produzimos traduções na busca de resgatar nossa historicidade, em nome de pensamentos e direitos raciais. Dessa forma, este trabalho se torna um esforço indispensável para pensarmos como direcionar as forças sociais, fortalecendo, em parte, o papel das religiões de matriz africana, e expandindo seus horizontes. Temos um livro em síntese e, ao mesmo tempo, uma instigante forma de relacionar a história com a literatura. A compreensão de um conteúdo cultural e filosófico, ligado à “história dos vínculos”, nos mostra como ordenar e diluir uma “afrocentricidade” enquanto vetor social na sociedade, em sua hospedagem crítica e harmônica. “Ora, ninguém pode ser humilhado o tempo todo e não reagir [...]. Que venham mais 100, 200 anos, uma vez que estaremos aqui, e cada vez mais fortes [...] — ‘eles combinaram de nos matar, mas a gente combinamos de não morrer’”.
 
Ilustrações de Tomás Culleton.
Preparação e revisão de Nathália Boni Cadore.
 
OS AUTORES
Marcelo Cortes, Rodrigo Aguiar e Letiere Rodrigues integram o Coletivo Raízes Baobá, e possuem vivências e trajetórias em movimentos sociais no Rio Grande do Sul, principalmente na luta antirracista. 
Atuando no campo do direito, Rodrigo Aguiar e Letiere Rodrigues, ambos advogados formados pela UniRitter, participam da Comissão de Igualdade Racial e de movimentos sociais ligados à OAB. Marcelo Cortes, historiador, é autor dos livros “O espetáculo do circo dos horrores” no Brasil (CORAGEM, 2022) e Teoria da História & Piotr Kropotkin (FAÍSCA, 2022). Atualmente, cursa Doutorado em História na UFRGS e dedica-se à pesquisa histórica e à atuação em movimentos sociais.
 
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